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TARTARUGAS MARINHAS

ORIGEM

220 milhões a.p.: Primeiras Tartarugas - Os primeiros quelônios surgiram derivadas de ancestrais terrestres e passavam a maior parte do tempo na água.

150 milhões a.p.: Domínio dos dinossauros - Desenvolvendo formas de vida variadas, os dinossauros dominaram a terra há 150 milhões de anos. Nesse mesmo período, os atuais continentes se separaram e aos 110 milhões de anos surgiram as primeiras tartarugas marinhas.

65 milhões a.p.: Extinção em massa dos dinossauros - Uma série de mudanças no clima do planeta provocou a extinção em massa dos dinossauros. Mas as tartarugas sobreviveram, diferenciando-se em várias espécies. Todas, porém, mantiveram sua característica principal: o casco protetor, formado pela fusão de costelas e vértebras e coberto por placas de queratina.

2,5 milhões a.p.: Idade da Pedra - Supõe-se que o homem se alimenta das tartarugas marinhas desde a Idade da Pedra, iniciada no chamado período Paleolítico Inferior, quando seus ancestrais começaram a fabricar os primeiros utensílios.

 

40 mil a.p.: chegada do homem à América - Aves e mamíferos evoluíam e dominavam os ambientes aéreo e terrestre, até que, há 40 mil anos, o homem chega à América. Imagina-se que os índios no litoral brasileiro coletavam os ovos e caçavam as tartarugas que subiam à praia para desovar e as que ficavam presas nas poças d’água durante as marés baixas. O hábito era comum em diversas culturas, em todo o mundo. Mas, até então, não havia risco de extinção. porque as populações de tartarugas eram numerosas e bem distribuídas.

Século XV: exploração comercial - Com o desenvolvimento do mercantilismo, a relação homem-tartaruga passou a representar um risco para esses animais. Na América, a chegada dos colonizadores a transformou em valiosa mercadoria de comércio. Os próprios índios e caboclos as matavam e vendiam. Mantendo-as vivas nos porões dos navios, garantiam carne fresca durante as longas viagens trans-oceânicas. Na Europa, eram transformadas em pratos requintados, jóias e outros ornamentos sofisticados.

Século XX: degradação dos habitats e incremento pesqueiro - Além da caça, as tartarugas passaram a sofrer também com a perda de importantes áreas de alimentação e reprodução, devido à ocupação desordenada do litoral e à poluição marinha. O incremento da pesca industrial também acelerou o processo de redução das populações. Assim, após milhões de anos habitando os oceanos, um curto período de apenas três ou quatro séculos de exploração comercial foi suficiente para que as tartarugas marinhas passassem a correr risco de desaparecer.

ESPÉCIES

Existem sete espécies de tartarugas marinhas no mundo. Cinco vivem na costa brasileira: tartaruga oliva, tartaruga cabeçuda, tartaruga verde, tartaruga de pente e  tartaruga de couro. As outras duas possuem distribuição restrita: Natator depressus no norte da Austrália, Lepidochelys kempii no Golfo do México e Atlântico Norte.

TARTARUGA CABEÇUDA
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Nome Científico: Caretta caretta

Nomes comuns: Cabeçuda ou Mestiça

Status internacional: Endangered (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Ameaçada

Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais de todo mundo e também em águas temperadas

Habitat: Variável ao longo do ciclo de vida. Os filhotes e juvenis vivem em alto-mar; os adultos em áreas de alimentação situadas a profundidades entre 25 e 50m

Tamanho: Até 136 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil

Peso: Média de 140 kg

Casco (carapaça): Carapaça óssea, com cinco pares de placas laterais (o que a diferencia das demais espécies), de coloração marrom-amarelado

Cabeça: Possui uma cabeça grande e uma mandíbula extremamente forte, com dois pares de placas pré-frontais e três pares de placas pós-orbitais

Nadadeiras: Anteriores/dianteiras curtas e grossas e com duas unhas; as posteriores/traseiras possuem duas a três unhas

Dieta: São carnívoras, alimentando-se de caranguejos, moluscos, mexilhões e outros invertebrados triturados com ajuda dos músculos poderosos da mandíbula.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 8.200 por temporada.

Curiosidades: No Brasil, as áreas prioritárias de desova estão localizadas no Espírito Santo, Bahia, Sergipe e litoral norte do RJ.

TARTARUGA VERDE
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Nome Científico: Chelonia mydas

Nomes comuns: Verde ou Aruanã

Status internacional: Ameaçada (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Vulnerável

Distribuição: Ocorre nos mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e ao redor das ilhas, sendo freqüente a ocorrência de juvenis em águas temperadas.

Habitat: Habitualmente em águas costeiras com muita vegetação (áreas de forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas em alto-mar.

Tamanho: Até 143cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Média de 160kg.

Casco (carapaça): Quatro pares de placas laterais de cor verde ou verde-acinzentado escuro; marrom quando juvenis.

Cabeça: Pequena, com um único par de escamas pré-frontais e uma mandíbula serrilhada que facilita a alimentação.

Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com uma unha visível.

Dieta: Varia consideravelmente durante o ciclo de vida: enquanto filhote é uma espécie onívora com tendências carnívoras, tornando-se basicamente herbívora a partir dos 25/35cm de casco.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 4.800 por temporada.

Curiosidades: As áreas de desova no Brasil são as Ilhas oceânicas de Trindade, Reserva Biológica do Atol das Rocas e Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.

TARTARUGA OLIVA
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Nome Científico: Lepidochelys olivacea

Nomes comuns: Oliva

Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Ameaçada

Distribuição: Mares tropicais e subtropicais, oceanos Pacífico e Índico. No Atlântico, ocorrem na América do Sul e na costa oeste da África.

Habitat: Principalmente águas rasas, mas também em mar aberto.

Tamanho: Média de 72cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Média de 42kg

Casco (carapaça): Seis ou mais pares de placas laterais, com coloração cinzenta (juvenis) e verde-cinzento-escuro (adultos)

Cabeça: Pequena, com mandíbulas poderosas que a ajudam na alimentação.

Nadadeiras: Dianteiras e traseiras com uma ou duas unhas visíveis, podendo ocorrer uma garra extra nas nadadeiras anteriores.

Dieta: É uma espécie carnívora. Alimenta-se de salpas, peixes, moluscos, crustáceos, briozoários, tunicados, águas-vivas, ovos de peixe e eventualmente algas.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 8.700 por temporada.

Curiosidades: A área de desova está localizada desde o sul de Alagoas, passando por Sergipe, até o litoral norte da Bahia.

TARTARUGA DE PENTE
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Nome Científico: Eretmochelys imbricata

Nomes comuns: de pente ou legítima

Status internacional: Criticamente ameaçada (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Criticamente ameaçada

Distribuição: É considerada a mais tropical de todas as tartarugas marinhas e está distribuída entre mares tropicais e por vezes sub-tropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.

Habitat: Prefere recifes de corais e águas costeiras rasas. Pode ser encontrada, ocasionalmente, em águas profundas.

Tamanho: Até 110 cm de comprimento curvilíneo de carapaça no Brasil.

Peso: Em média 86kg

Casco (carapaça): Quatro placas laterais de cor marrom e amarelada, que se imbricam como telhas e dois pares de escamas pré-frontais.

Cabeça: Relativamente pequena e alongada. O bico se assemelha ao de um falcão. Dois pares de escamas pré-frontais.

Nadadeiras: Anteriores (dianteiras) e posteriores (traseiras) com duas unhas (garras).

Dieta: Esponjas, anêmonas, lulas e camarões; a cabeça e o bico estreitos permitem buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 2.200 por temporada.

Curiosidades: Desova no litoral norte da Bahia e Sergipe; e no litoral sul do Rio Grande do Norte.

TARTARUGA DE COURO
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Nome Científico: Dermochelys coriacea

Nomes comuns: de couro ou gigante

Status internacional: Vulnerável (classificação da IUCN)

Status no Brasil: Criticamente ameaçada

Distribuição: Todos os oceanos tropicais e temperados do mundo.

Habitat: Vive usualmente na zona oceânica durante a maior parte da vida. A única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral norte do Espírito Santo.

Tamanho: Até 178cm de comprimento curvilíneo de carapaça.

Peso: Em média 400kg.

Casco (carapaça): Composto por uma camada de pele fina e resistente e milhares de pequenas placas ósseas, formando sete quilhas ao longo do comprimento, daí o nome popular, de couro. Apenas os filhotes apresentam placa

Cabeça: Proporcionalmente pequena, com mandíbulas poderosas em forma de W, com lâminas afiadíssimas para a captura de águas-vivas.

Nadadeiras: As dianteiras podem atingir mais de dois metros.

Dieta: A dieta é composta por zooplâncton gelatinoso, como celenterados, pyrossomos e salpas.

Nº de ninhos no Brasil: Aproximadamente 120 por temporada

Curiosidades: A área conhecida com desovas regulares situa-se no Litoral norte do Espírito Santo, próximo à foz do Rio Doce.

CICLO DE VIDA
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Fonte: Projeto TAMAR
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